
No dia 14 de junho, foi convocada uma greve geral em todo o Brasil, que não teve o resultado esperado. No dia 13 de junho, no programa Sala de Debate, eu afirmei que greve, mesmo sendo um instrumento legítimo, estava ultrapassada e não atingia mais os resultados esperados. Fui contestado pois, para muitos, esta é a melhor forma de o trabalhador protestar.
Quando aconteceram as primeiras greves, a época era outra, faltavam trabalhadores e havia muito menos responsabilidade social.
Os sindicatos tinham muito mais poder e defendiam muito mais os trabalhadores. Hoje, as próprias empresas cuidam de seus colaboradores e se preocupam com sua qualidade de vida.
Os movimentos trabalhistas precisam e devem continuar existindo, mas precisam se modernizar.
Numa época em que todos se preocupam com a natureza, fazer barreiras de pneus e colocar fogo para impedir a passagem de pessoas é de extrema antipatia para a grande maioria da população.
Impedir a passagem de quem pensa diferente, bater, riscar carro, constranger, agredir, só gera revolta e rejeição.
Precisamos voltar a discutir ideias, sempre pensando e respeitando o contraditório.
Será que o sinetaço utilizado pelos professores estaduais no governo Collares não foi uma forma mais moderna de protestar?
Quem sabe utilizar buzinas e cornetas nas casas de todos os legisladores, governantes e juízes, 24 horas por dia, até gerar um movimento nacional?
Sem baderna, sem quebra-quebra, sem impedir o direito de ir e vir, mas com grande repercussão.
Num período com muito desemprego, economia estagnada, cada vez mais, o trabalhador se preocupa em buscar trabalho. Cada dia parado é menos emprego gerado.
Da greve do dia 14, quem participou? Professores federais, estaduais, municipais e bancários.
Não houve prejuízo para a área produtiva a curto prazo. Salvo no caso dos bancários, que mostrou para os banqueiros que o sistema já funciona com muito menos trabalhadores. Muito perigoso.
Vamos repensar e trabalhar mobilizações e não greves. Esta é a solução.